E eis que o dia que tanto esperava chegou. Depois de algum tempo passado com a montagem, afinações e últimos retoques na bike, chegou o dia de colocar as mochilas de viagem e partir à descoberta de um novo desafio.
Dia # 1 – Ílhavo – Setúbal (287 km)
Depois de uma noite chuvosa, a partida parecia adiada, mas com o nascer do dia o tempo compôs-se. Saí com cerca de duas horas de atraso, mas, com o objetivo de chegar sempre no horizonte, sentia o sabor a choco frito mais intenso a cada quilómetro. As horas iam passando e a paisagem ia-se alterando, os eucaliptos deram lugar a oliveiras e mais tarde a sobreiros, e umas passagens por gravilha fizeram com que o tempo passasse mais rápido. Com o início da noite, a chegada parecia mais longe, até que finalmente Setúbal apareceu e o desejo de choco frito foi saciado.
Dia # 2 – Setúbal – Rogil (169 km)
A dureza a que me propus no primeiro dia senti-a no corpo assim que abri os olhos na manhã seguinte. Apesar do cansaço, a boleia de ferry até Tróia e o entusiasmo do início de mais uma jornada deram-me ânimo para continuar o desafio da melhor maneira possível. Uma pequena paragem para reabastecer com alguma fruta e um pequeno folar em Melides serviu para acordar o que ainda estava a dormir. A chegada à praia de São Torpes fez-se por gravilha e daí até Porto Côvo foi um saltinho. Seguiram-se Vila Nova de Mil Fontes, Zambujeira do Mar e uma breve paragem na Azenha do Mar para saborear uma saladinha de polvo e contemplar um belo final de tarde. Com energias repostas cheguei ao Rogil, onde terminou este segundo dia, em que o mar foi o melhor companheiro de viagem.
Dia # 3 – Rogil – Armação de Pera (159 km)
Com o terceiro dia, ia chegar o final da primeira parte da minha aventura. Na zona onde pernoitei, na bela costa alentejana, o sol aparece quase todos os dias do ano, e este dia de fevereiro não foi exceção. Parti para mais um dia com grande vontade para conhecer novos caminhos de gravilha tão conhecidos por estas bandas. Tive outra vez o mar como a principal companhia. A passagem por um dos quatro cantos de Portugal foi sem dúvida um dos pontos altos desta travessia. Com a entrada na zona mais turística do Algarve, surgiu uma ecovia que começa em Sagres e termina em Vila Real de Santo António. Segui até Armação de Pera onde terminei o dia ao juntar-me aos meus companheiros de aventura nos dias que se seguiram.
Dia # 4 – Fóia (138 km)
Segunda parte do desafio: volta ao Algarve! Para quem partilha desta paixão pela modalidade, ter a presença dos mais consagrados do ciclismo nesta competição, é uma oportunidade única de mostrar o nosso apoio na beira da estrada. A passagem pelo alto da Fóia deu o mote para mais um dia de pedal. Saímos pela manhã com a perna ao sol e já sem a mochila de guiador e de selim, e fomos em direção ao ponto mais alto do Algarve, entre montes e vales da serra algarvia, para ver a caravana passar e apoiar os verdadeiros champs.
Dia # 5 – Cachopo (171 km)
Cachopo era o destino do quinto dia. Mais uma vez a serra algarvia como companheira fazia lembrar ao corpo os dias anteriores. Mas a vontade de estar presente novamente para ver de perto e apoiar os campeões era maior.
Dia # 6 – Malhão (110 km)
Chegou o último dia! A dupla passagem no Malhão era a melhor sugestão para terminar a aventura da melhor maneira. Terminámos na praia de Armação de Pera, onde fico a contemplar o por do sol, e já a alinhar os astros para novas aventuras.
Podes descarregar o percurso GPS aqui: Percurso GPS
Fotos e texto: Marco Anileiro | 2020
https://www.instagram.com/marcoanileiro/